Cerca de 100 pessoas foram ao evento e contribuíram com os Mutirões de Primavera no Centro de Vivências da OPA
Por Lorena Morais
Durante os finais de semana de setembro, os mutirões da primavera proporcionaram o progresso das obras de construção da Casa Mãe, no Diogo, distrito de Mata de São João, através das atividades realizadas e da contribuição do público que passou pelo Centro de Vivências da OPA. Os próximos estão previstos para os primeiros finais de semana do mês de novembro (a ser divulgado no blog e redes sociais) e vão dar continuidade às atividades com novas técnicas de construção sustentável.
Promovidos pela equipe da OPA, os mutirões acontecem no Centro de Vivências, no Diogo e as atividades visam a construção da Casa Mãe, através da bioconstrução, que utiliza técnicas como super-adobe, parede de garrafa pet, tijolinho de adobe e construção de terra e cimento.
Para Isabela Coelho, co-fundadora da organização, os mutirões são espaços para experimentação e aprimoramento das técnicas de construção sustentável. “Pudemos experimentar técnicas de bioconstrução diversas, pois o Centro de Vivências na OPA funciona como um laboratório natural, onde erros são vistos como parte do processo de formação. As pessoas traziam detalhes que colaboraram para aprimorar as técnicas de construção natural que estamos usando e a colaboração da mão-de-obra de todos deu uma acelerada no andamento da obra da Casa Mãe”, destacou Isabela.
Público
As oficinas tiveram pessoas de todas as faixas etárias, cidades da Bahia e até do exterior. “Vieram pessoas da comunidade do Diogo e entorno, Salvador, Cachoeira, Feira de Santana, Porto Seguro, Minas Gerais, Estados Unidos, Canadá e até do País Basco. No último mutirão o mais novo participante tinha 3 anos e o mais velho 61”, relatou Isabela.
Alexandre Paêbirú, estudante de Biologia, de Feira de Santana, foi ao evento com o intuito de aprender a técnica da bioconstrução. Para ele, a experiência foi construtiva e enriquecedora na medida em que proporcionou muitas trocas de conhecimento e práticas.
Do norte das Américas, desembarcou nas terras da OPA a estadunidense de nome Jéssica relatou que em seu país faltam atividades que valorizem ações sustentáveis como essa. Ela ajudou a finalizar o mosaico do forno de barro, decorando-o com tinta natural e também no reboco das paredes de garrafa pet. Ainda com dificuldades para falar o português, tentou resumir o que achou do mutirão. "Muito bom, muito bom", expressou.
O projeto
O projeto de construção da Casa Mãe tem um ano e meio e visa construções sustentáveis, baseadas nos princípios da permacultura.
O design é composto por uma cozinha, refeitório, escritório, biblioteca e banheiro na parte térrea, dormitórios no piso superior e ainda um observatório.
Para Gildo Magno, bioconstrutor responsável pela obra, o ponto positivo dessa construção é a contribuição de cada um. “O uso correto das ferramentas e a vontade de fazer faz surgir um lindo trabalho”, afirma. “A bioconstrução resgata, recupera, recicla, dá vida e traz vida... é uma grande alternativa se tratando de moradia”, complementa Gildo, destacando o papel da bioconstrução.
Ponto de Leitura
O Centro de Vivências também foi contemplado com um Ponto de Leitura, que vai ajudar a fomentar a prática da leitura para jovens e adultos da comunidade do Diogo. Com a verba do projeto vai ocorrer a implantação e melhorias no acervo literário da biblioteca da OPA. “Vamos promover oficinas de Contação de Histórias, Poemas Perfomáticos, Palavras Cantadas, Leitura Dramática, palestras sobre a importância da leitura e outros”, expõe Ângelra Moreira, coordenadora geral da OPA, que acrescenta que o espaço está aberto para doações de livros e recepção de profissionais da área da leitura que queiram oferecer palestras no Ponto.
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